Joinville foi ocupada por imigrantes europeus a partir de meados do século XIX em razão de seu bom acesso fluvial, e é atualmente a maior e mais populosa cidade catarinense, passando em números a capital, Florianópolis. Foi colônia agrícola, com forte produção de erva mate e comercialização de madeira, e desde a década de 1940 se destacou como um polo industrial da região Sul.
O rio Cachoeira orientou a organização espacial da colônia que daria origem à cidade, com as primeiras ruas traçadas paralelamente e perpendicularmente a ele. E o porto do rio Bucarein representou, até a inauguração da via férrea, o único meio de embarque e desembarque de mercadorias da região. A Sociedade Colonizadora Hamburguesa cogitou estabelecer na área do bairro Bucarein, local mais alto e seco, o núcleo urbano da colônia, o que não se concretizou. Porém, esse foi o motivo da abertura da “Katharinenstrasse” ou Rua Santa Catarina, atual Avenida Getúlio Vargas, hoje um dos principais eixos comerciais da cidade.
Inicialmente, a via concentrava casas de moradia, junto ou sobre pequenos comércios. Foi o caso do imóvel adquirido em 1902 pela família Rosa, que ali morava e em 1920 construiu no lugar uma nova edificação, sintonizada com o que havia de novidade na vida urbana, com decorações do repertório do ecletismo, fugindo ao modelo de cabana rural de telhado inclinado, antes mais comum na paisagem da cidade. O edifício permanece na família e, mesmo modificado, mantém suas feições ecléticas preservadas, com seu porão alto reformado para vitrine e acesso à loja.